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O Abutre




Tanto tempo a girar

os mesmo anéis de fome

a terra some no céu



A ver-se vagar de cima

e ao redor do próprio voo

As asas que o ar apaga



O voo sem corpo, só voo

parado no meio do nada

que redemoinha em torno



O ampara ainda esse tato

que vaza os véus do espaço

sem ter o que tocar

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