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Mostrando postagens de dezembro 7, 2008

A concisão que distingue, de Fernando Py, sobre Sol sem Imagem

FERNANDO PY O que distingue, à primeira vista, a poesia de Thomaz Albornoz Neves, é a sua concisão. Todos os poemas de Sol sem Imagem, sobretudo Oráculo, O Taumaturgo, Pampa, A Onda, A Ostra, e os das séries A Morte e O Ato, têm em comum a escassez verbal. Na grande maioria dos casos o poema se resolve em poucas palavras, num vocabulário às vezes recorrente, não por pobreza de expressão e sim por um movimento reiterativo que está na própria estrutura do poema e que busca gravar, na memória do leitor, a imagem antes construída. No poema que abre a coletânea, O Estrangeiro, o poeta configura uma espécie de isolamento pessoal (literário? estético?), depois que os amigos partiram em turnos descrentes da espera. Esse isolamento, essa atitude de recolhimento em si mesmo, corresponderia não só à posição do poeta como indivíduo, mas também como criador. No primeiro caso, como no segundo, seria ele um “estrangeiro” - quer na sociedade em que vive, quer entre seus pares. E mais ainda: es...

Rigor e concisão numa imensa página em branco, de José Lino Grünewald, sobre Sol sem imagem

                                                                    JOSÉ LINO GRÜNEWALD Sol sem Imagem é o título do terceiro livro de poemas de Thomaz Albornoz Neves. Trata-se de uma edição bilíngue português-espanhol, em decorrência dos contatos do autor com outros países do continente hispano-americano. Quem fez a versão para o espanhol foi o também poeta argentino Rodolfo Alonso que, além disso, é crítico, ensaísta e editor; difundiu a poesia brasileira na América latina. Ele também redigiu a orelha deste volume, onde fala de “uma voz íntima mas quase sideral, imersa em um silêncio enorme, que me parecia tanto o dos amplos espaços estelares como o de uma imensa página em branco”. Acompanham o livro uma introdução...