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Mostrando postagens de agosto 24, 2008

de Renée

Não é tanto a dor do adeus mas a dor de quando o linho te devolve Tão leve que um sopro desfaria E em saber que não vês a fuga d a luz que irradiaste em mim Ou como cada dia sobrevive à morte por ter sido a morte um dia o único fim de nós dois Assim, mesmo sabendo que as lembranças apagam quem foste ainda te vejo contra o céu escada acima, a bata de aura puída e recordo em tuas olheiras um afogamento sentindo a ausência no ar que respiro De regresso, a cada tarde, vou de encontro à tua volta ou à uma carta na caixa do portão ou à mala vermelha ainda fechada na varanda E talvez, como antes, fosses ao Forte por peixe e vinho Mas entre as dunas o mar picado ao sol caindo o sempre não foi sempre, nem o jamais jamais Mais viva que a vida é a memória da pele A casa na areia, tão branca O infinito do amor que é o mesmo infinito do solidão                                                                            1985