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Mostrando postagens de junho 14, 2020

Sobre o portunhol

Sobre o portunhol Resisto ao status dado nas últimas décadas ao portunhol. Embora compreenda perfeitamente o sentimento amoroso que o envolve, não o considero um dialeto em formação, uma língua híbrida ou uma interlíngua usada por uma comunidade específica. O portunhol é um linguajar. Se estudarmos o processo linguístico dos isolados burgos na Alta Idade Média que formaram o romagnolo e o compararmos, por exemplo, ao napolitano, veremos que apesar de derivarem do latim e do osco-umbro ambos têm identidades diferentes. Idiomas nascem, amadurecem, viajam e se transformam, mas em alguns milênios, não em menos de três séculos. Para ser breve: o vocabulário fronteiriço é mínimo e tomado por corruptelas. A gramática não traz nada de original em relação à sua fonte luso-hispânica. Não há, repito, tempo de cristalização idiomática, nem crescimento da complexidade dialetal, que é contido pela alfabetização. Mesmo que em regra as línguas desaguem, no caso de Sant'Ana do Livramento e Rivera o