I've been freed from the self that pretends to be someone And in becoming no one, I beguin to live. T. S. Eliot . Observo o que acontece como se acontecesse a outra pessoa, incapaz de deter um só pensamento, incapaz de emergir do meu próprio fluxo, refém de idéias fixas e recorrentes a cada vez que toco na caneta. O olho-d'água, o blecaute retraindo no próprio foco a paisagem em um lapso. Na aceleração da sensação da existência passo a me sentir o sósia de um estranho. Em galeria. Observo pensamentos. Me repetem. Obedeço certos padrões de comportamento mental. Uma recorrente linguagem interior reduz meu contexto ao seu alcance. Ela encerra o futuro nas mesmas variantes do passado. E redoma o mundo. Escrever – a um só tempo – põe a nu o círculo do raciocínio. O dá a ver sumindo sempre em seu início. Olhar-me como se nunca me houvesse visto torna tatuagens e cicatrizes sinais de nascença. Desta ausência de mim que é a minha solidão...
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