© Nilson de Souza 27 de março Por tudo, por ninguém As ruas estão vazias, a casa em silêncio, a luz apagada Uns dizem que devemos sair, outros dizem que não A Prefeita parece discordar do Presidente Os bombeiros estão pulverizando a cidade Em Rivera, há serviço comunitário A maioria das pessoas parece ter bom senso Ouvi, de boa fonte, que na família de um colega do meu filho há quatro pessoas doentes Mas não fazem parte da estatística No campo é mais seguro, dizem Ontem, aos 93 anos, morreu de causas naturais, o Mandarino A morte não tem idade E quando alguém que amamos parte, tampouco importa a causa Minha mulher foi fazer surtido Pela primeira vez pensei que tomasse cuidado O velho Dino, ovelheiro amigo, se foi dormindo de madrugada Tinha esquecido o duro que é cavar uma cova quando não chove...
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