. Como você situaria os seu livro Sol sem Imagem em relação aos seus trabalhos anteriores? Sol sem Imagem resulta de duas reuniões anteriores, Renée, de 1987, e Poemas, de 1990. Poemas era já uma releitura de Renée acrescido de algumas novas composições que eu segui trabalhando, mesmo depois de publicá-las. Tais releituras, e as versões que delas se originaram, apontam para uma predisposição: dizer com o menos - o menos entendido por exato. Houve também uma tendência à anulação da primeira pessoa, não por necessidade estilística, mas por uma espécie de, digamos, pudor que conduzia cada vez mais o verso para o silêncio. Com isso você quer dizer que tem escrito um único e mesmo livro? Tenho a impressão de que tudo que escrevo permanece em processo. Renée foi o livro da descoberta do amor. A vida continuou e eu segui reescrevendo aqueles poemas até não reconhecê-los mais. O que se advertia em Renée está perdido - a unidade do primeiro amor, a ausência da dúvida, o mundo todo em si ...
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