I Em pé, no alvo do vôo diante da ovelha ainda viva junto ao cordeiro parido a lã viscosa de placenta, esterco e urina sua língua bicada, os olhos vazados, pelo carancho enquanto dava à luz experimento, vinda do nada, depois de sangrar a ovelha mantendo o cordeiro guaxo aquecido no pelego embaixo do poncho aquela aquarial, ancestral, sensação de ser parte inconsciente de uma paisagem ofuscante que a tudo redime e ao horror expia Mas por mais que eu me esforce não consigo manter a redenção além de onde, na planície, a massa do mar nos envolve II Do arrasto de cada casco véus de areia deslizam granulando duna abaixo Tilinta a roseta da espora tatala o fleco do poncho ao passo a duna me embala e a dormitar entrevejo o ímã do céu vazando a tona do meu olhar Apeio sentindo a cascata com o cordeiro no braço e que me movo em cintilas
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