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Mostrando postagens de julho 27, 2008

Nota do tradutor de Sol sem imagem. Rodolfo Alonso

                                                                      Gelman e Alonso, em Medellin, 1994 Tive a oportunidade de escutar, ao vivo, da própia boca do autor e em diferentes festivais (Medellín ou Rosário, por exemplo), muitos dos poemas de Thomaz Albornoz Neves quando ainda eram - intuo - em grande medida work in progress, matéria em gestação. (Ainda que, talvez, nem tanto. Período de maturação somente.) Mas o que quero destacar agora é a impressão que isso me causou. Desde uma grande poesia - em geral potente e caudalosa, colorida e vital - como a brasileira, nos chegava uma voz íntima mas quase sideral, imersa em um silêncio enorme, que me parecia tanto o dos amplos espaços estelares como o de uma página em branco, em cujo claustro as poucas e precisas palavras iam caindo, quer dizer, flutuavam vibrando em uma voz tocante, ao mesmo tempo serena e profunda. Por um mistério a ser decifrado, o que me havia parecido até agora domínio terreno se tornava cósmico,