Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho 4, 2017

Na Ferradura dos Vinhedos

                                          para o Calico, meu amigo, ao seu pedido I Há uma cave escavada na pedra do cerro Palomas A folhagem na boca da gruta filtra a luz nos barris Quem sobe a trilha bebe a vertigem do perau  no primeiro gole de vinho II Da cave ao horizonte tudo que ondeia é campo  e o olhar termina sem alcançar a distância Um cardume a sombra das garças voando na onda do pastiçal Outro gole e o espaço sem fim é vinho   III Vinhas e videiras, uvas e azeitonas Uma cabra para o queijo Um cordeiro para a lã Ar com felpa de marcela à sombra das taquareiras Um tiro de rolha revoa as caturritas em bando IV O calor da pedra ao sol que o topo do Cerro irradia e um aro de abutres dentro O gole tem ar de altura V   Na curva fria da sanga que redemoinha na pedra mergulho a jarra de barro O voo da garça n’água vira sombra no campo Decanto meu vinho tinto VI