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Mostrando postagens de julho 3, 2011

Três poemas de Po Chü-I 772-846

TRÊS POEMAS * Um raio do poente na água desliza Metade amarelo metade vermelho O orvalho brilha como pérola A lua como arco * Na teosofia da luz a razão universal não é mais que o corpo de um anjo morto O que é a essência? O que nutre o anjo morto Cânfora, incenso perfeito Sua chama não deixa cinzas * Não penses no que foi O que passou é inútil Nem penses no que virá Pensar no futuro é em vão De dia és saco no chão De noite, pedra na cama Se tens fome, come Se tens sono, dorme  

Três poemas de Wang Wei

  ESCRITO AO SUBIR A MONTANHA DE HEBEI A aldeia na beira do precipício Entre a bruma do abismo e as nuvens a pousada é mirante do poente No espelho d’água as montanhas escuras Lanternas, uma a uma, acesas pelos pescadores Um único bote, ancorado. Pássaros regressam Silêncio. O céu e a terra adormecem Turvos, na quietude, meu coração e o rio CRUZANDO O RIO Vogo o calmo, imenso rio A água azul alaga o céu Céu e rio se apartam Dez mil casas aparecem Mercados e muralhas Bambuzais e amoreiras Deixo atrás meu povoado A espuma das ondas inunda as nuvens O VALE DAS FLORES AMARELAS Trilha íngrime. Dez mil voltas Já paramos por três vezes Das curvas, na altura, os outros somem entre os cimos e a mata Som de chuva nos pinheiros de correnteza nas rochas No abismo cantarolo quando as vozes são mais graves Lá embaixo, o sol é branco e na névoa serena os salsos parecem flutuar Espelho de luz, o l

Poema L, de Exílio

L O que no silêncio se forma - nada intumescendo a própria lacuna - é incubado pela sua premonição No indício do vislumbre a espera vazia do seu surgimento o irradia Quando o instante seguinte antecipe o presente e crie um lapso entre Sem o poeta, antes do poema . . . . . .