10 novembro 2018
O preconceito de direita ou de esquerda é sempre ignorante. Nas eleições, um primo querido escreveu que se eu vivo como um Lorde inglês não podia ser contra o Bolsonaro.
Agora, outro amigo me acusa de escrever sobre um esporte elitista enquanto há tanta miseria no pais
Agora, outro amigo me acusa de escrever sobre um esporte elitista enquanto há tanta miseria no pais
Talvez eu veja o mundo de forma menos dividida.
Enquanto para uns o golfe é um jogo de burgueses e serventes com a bolsa nas costas, para outros, no outro extremo, é um esporte de glamour, status e de distinção social.
Já para mim é uma mistura de tai chi, tiro ao alvo e surfe. Só que parado.
Mas vamos à política. É certo que o imperialismo sic yanque além de explorar sic 80% da força de trabalho local lá pelos anos 40, nos deixou um dos campos de golfe mais bonitos da América do Sul.
Mas não nos deixou só isso, queridos amigos socialistas. Eles partiram, ficou a cultura.
Junto ao campo, no bairro proletário do São Paulo está o celeiro mais antigo de golfistas do Brasil. Em nenhum outro lugar do país se joga golfe na rua como aqui. O Campestre, contrariando suas origens aristocráticas - e muitos dos seus lordes internos - desde 1999 recebe esses meninos na sua Escola de golfe.
A boa-bola.
Nesses vinte anos de projeto social, a Boa-bola revelou campeões como Sandro Gonçalves, Herik Machado, o melhor do Brasil adulto, e Andrey Xavier, o melhor juvenil da atualidade.
Formou professores de golfe como, entre outros, Luis Silveira, Paulo Jovane e Pablo Chimendes.
Mas mais ainda, e é o que considero mais importante, acolheu dezenas de crianças sem talento para o swing que saíram do Campestre para a vida mais preparadas do que entraram.
Este livro é também sobre isso. Sobre ver o mundo integrado no lugar de dividido.
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