26 novembro 2019
Foram duas sessões, mas no fim tudo fica embolado. Quem pode ouvir os ministros cansou do rito. A atenção fica surda e olhamos para a boca mole do Gilmar Mendes, o suor sobre o lábio superior, os perdigotos. Procura-se algo que humanize os ministros, a criança neles, o parentesco da espécie. Algo de batráquio ali, por ex. Ou a galinácia pupila imóvel, os movimentos rápidos e curtos de cabeça da Weber. A bochecha de bulldog do Facchin embaixo de um olhar duro e sem ternura, o que o afasta, é claro, do cão.
Então a peruca do Fux. Haveria contradição entre a verdade e a peruca? Mas não distrai, o desconforto segue. Sempre lembra o Collor quando o Marco Aurélio fala. Quando Marco Aurélio fala a vaidade encontra o seu molde, encaixa. Lewandovski, por outro lado, estaria perfeito no lugar do Inocencio X, não o do Velasquez.
Parece fora de lugar o Presidente da casa, buscando aprovação com o olhar depois de cada parágrafo. O aluno de Direito se interessa pelo assessor por trás do seu voto.
Por maior que seja a criatividade do Barroso, o STF não pode alterar a Constituição. E é improvável que o Congresso abra mão da garantia da impunidade que no Brasil virou o trânsito em julgado. Nada avança. E já que estamos entre associações, a nova decisão traz de novo Lampedusa: "algo deve mudar para que tudo continue como está".
Tudo o que? A polarização paranoica: Lula x Bolsonaro... Greenwald x Antunes... Alvim x Montenegro...
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