Das
mais de 80 lâminas catalogadas nos arquivos de Thomaz Albornoz Neves, apenas 33
estão aqui reunidas. Abarcam de 1981, ano em que deixa Sant’Ana do Livramento,
a 1997, quando retorna ao Sul. Com exceção das aquarelas, os desenhos a nanquim foram feitos no verso de rascunhos, em envelopes de hotel,
guardanapos de bar, no papel das toalhas de restaurantes e nas páginas iniciais
de livros, a maioria de poesia.
Se os
livros trazem uma amostra de algumas das leituras de então, através das datas e
dos lugares é possível refazer as suas idas e vindas desde o tempo da faculdade
no Rio de Janeiro, a estada na Europa e algumas das viagens lendo poemas pela
América do Sul.
Foi
Ryokan, um poeta zen e eremita japonês do séc. XVII, quem afirmou rejeitar a
poesia dos poetas, a caligrafia dos calígrafos e a gastronomia dos gastrônomos.
No lugar da técnica apurada, Ryokan preferia uma obra de arte que nascesse do
cotidiano, com os defeitos e as limitações do que é espontâneo. Uma
manifestação amadora, por assim dizer.
E,
nesse sentido, há no traço de Thomaz uma evidente falta de compromisso com o
acabamento artístico, uma despretensão que vem do gesto imediato e que apreende
o momento em que foi feito. Onde, com quem e como era a vida levada por ele
quando o desenho emergiu.
da introdução ao Catálogo
Comentários
você é como a "caixinha" de surpresa: ao abri-la, salta talento e mais talentos! Bem gostaríamos (Pedro e eu) de nos fazer presente para desbravar a significação do espaço.
Sucesso e abraços, Tânia Du Bois.