Tor Caldara. Lido di Lavinio.
Em 1981, deixei o curso preparatório para a Faculdade de Agronomia em Porto Alegre e parti ao Rio de Janeiro. Lá, graduei em Ciências Jurídicas e fiz um mestrado em Literatura. Minha formação, entretanto, está menos marcada pela Universidade do que pelos anos na Inglaterra e na Itália, onde passei pelas mais diversas atividades: faxineiro, garçom, concierge, motorista de caminhão de lixo e, mais especialmente, pelos meses fora da estação de veraneio em que vivi isolado numa casa de praia em Tor Caldara, a 50 kms de Roma. É na solidão daquele inverno de 1989 que encontrei os dois elementos essenciais para a minha poesia dos anos seguintes: o vazio e o silêncio. É também ali que me aproximo do zen e da cultura clássica oriental.
Retorno da Europa no início dos anos 90 e faço bicos como roteirista, na produção de peças de teatro e filmo curta-metragens. Integro o núcleo inicial da Revista Poesia Sempre, criada por Affonso Romano na Biblioteca Nacional. Escrevo por encargo Um Certo Dante, biografia do recluso poeta Dante Milano, onde investigo os mecanismos extra-literários que determinam a inclusão de um autor no cânone da sua época.
Período de intenso ativismo. De viagens lendo poemas pelo Brasil profundo, em remotas cidadezinhas do interior da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,, Rio Grande e pela América do Sul, em Bogotá, Medellín, Montevidéu e Rosário. A convite do Instituto Camões, passo uma temporada como poeta residente no Palácio Fronteira, apresentando-me na Casa Fernando Pessoa e na Universidade de Lisboa. Peculiar trajetória para quem, até aquele momento, não havia ainda sido publicado em livro, exceção feita às tiragens artesanais de poemas juvenis que circularam de mão em mão em Sant’Ana, fronteira com o Uruguai, onde nasci. Todo um impostor.
Somente em 1996 minha poesia impressa alcança circulação. A publicação de Sol sem Imagem, em edição bilíngue pela editora Topbooks, traz 21 poemas traduzidos ao espanhol pelo poeta argentino Rodolfo Alonso e encerra o ciclo das minhas atividades públicas como poeta. Segue mais de uma década vivendo na costa do Rio Negro, região central do Uruguai. Os poemas de "Exílio" publicados pela editora Movimento em Porto Alegre foram escritos durante esse período. Dono de uma “poesia cristalina e misteriosa” (Paes), que “aspira a um estado não verbal da linguagem” (Junqueira), fui considerado “mestre na arte do fragmento” (Tolentino) e, apesar de meu corpus poético não superar os 60 poemas, “uma das vozes mais autênticas e originais da sua geração” (Pereira). Um pouco é mistério, outro pouco propaganda.
Retorno da Europa no início dos anos 90 e faço bicos como roteirista, na produção de peças de teatro e filmo curta-metragens. Integro o núcleo inicial da Revista Poesia Sempre, criada por Affonso Romano na Biblioteca Nacional. Escrevo por encargo Um Certo Dante, biografia do recluso poeta Dante Milano, onde investigo os mecanismos extra-literários que determinam a inclusão de um autor no cânone da sua época.
Período de intenso ativismo. De viagens lendo poemas pelo Brasil profundo, em remotas cidadezinhas do interior da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,, Rio Grande e pela América do Sul, em Bogotá, Medellín, Montevidéu e Rosário. A convite do Instituto Camões, passo uma temporada como poeta residente no Palácio Fronteira, apresentando-me na Casa Fernando Pessoa e na Universidade de Lisboa. Peculiar trajetória para quem, até aquele momento, não havia ainda sido publicado em livro, exceção feita às tiragens artesanais de poemas juvenis que circularam de mão em mão em Sant’Ana, fronteira com o Uruguai, onde nasci. Todo um impostor.
Somente em 1996 minha poesia impressa alcança circulação. A publicação de Sol sem Imagem, em edição bilíngue pela editora Topbooks, traz 21 poemas traduzidos ao espanhol pelo poeta argentino Rodolfo Alonso e encerra o ciclo das minhas atividades públicas como poeta. Segue mais de uma década vivendo na costa do Rio Negro, região central do Uruguai. Os poemas de "Exílio" publicados pela editora Movimento em Porto Alegre foram escritos durante esse período. Dono de uma “poesia cristalina e misteriosa” (Paes), que “aspira a um estado não verbal da linguagem” (Junqueira), fui considerado “mestre na arte do fragmento” (Tolentino) e, apesar de meu corpus poético não superar os 60 poemas, “uma das vozes mais autênticas e originais da sua geração” (Pereira). Um pouco é mistério, outro pouco propaganda.
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