Não é tanto a dor do adeus
mas a dor de quando o linho te devolve
Tão leve que um sopro desfaria
E em saber que não vês a fuga da luz que irradiaste em mim
Ou como cada dia sobrevive à morte
por ter sido a morte um dia o único fim de nós dois
Assim, mesmo sabendo que as lembranças apagam quem foste
ainda te vejo contra o céu escada acima, a bata de aura puída
e recordo em tuas olheiras um afogamento
sentindo a ausência no ar que respiro
De regresso, a cada tarde, vou de encontro à tua volta
ou à uma carta na caixa do portão
ou à mala vermelha ainda fechada na varanda
E talvez, como antes, fosses ao Forte por peixe e vinho
Mas entre as dunas o mar picado ao sol caindo
o sempre não foi sempre, nem o jamais jamais
Mais viva que a vida é a memória da pele
A casa na areia, tão branca
O infinito do amor que é o mesmo infinito do solidão
1985
mas a dor de quando o linho te devolve
Tão leve que um sopro desfaria
E em saber que não vês a fuga da luz que irradiaste em mim
Ou como cada dia sobrevive à morte
por ter sido a morte um dia o único fim de nós dois
Assim, mesmo sabendo que as lembranças apagam quem foste
ainda te vejo contra o céu escada acima, a bata de aura puída
e recordo em tuas olheiras um afogamento
sentindo a ausência no ar que respiro
De regresso, a cada tarde, vou de encontro à tua volta
ou à uma carta na caixa do portão
ou à mala vermelha ainda fechada na varanda
E talvez, como antes, fosses ao Forte por peixe e vinho
Mas entre as dunas o mar picado ao sol caindo
o sempre não foi sempre, nem o jamais jamais
Mais viva que a vida é a memória da pele
A casa na areia, tão branca
O infinito do amor que é o mesmo infinito do solidão
1985
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