I
Em pé, no alvo do vôo
diante da ovelha ainda viva junto ao cordeiro parido
a lã viscosa de placenta, esterco e urina
sua língua bicada, os olhos vazados, pelo carancho
enquanto dava à luz
experimento, vinda do nada, depois de sangrar a ovelha
mantendo o cordeiro guaxo aquecido no pelego embaixo do poncho
aquela aquarial, ancestral, sensação
de ser parte inconsciente de uma paisagem ofuscante
que a tudo redime e ao horror expia
Mas por mais que eu me esforce não consigo manter a redenção
além de onde, na planície, a massa do mar nos envolve
II
Do arrasto de cada casco
véus de areia deslizam
granulando duna abaixo
Tilinta a roseta da espora
tatala o fleco do poncho
ao passo a duna me embala
e a dormitar entrevejo
o ímã do céu vazando
a tona do meu olhar
Apeio sentindo a cascata
com o cordeiro no braço
e que me movo em cintilas
Em pé, no alvo do vôo
diante da ovelha ainda viva junto ao cordeiro parido
a lã viscosa de placenta, esterco e urina
sua língua bicada, os olhos vazados, pelo carancho
enquanto dava à luz
experimento, vinda do nada, depois de sangrar a ovelha
mantendo o cordeiro guaxo aquecido no pelego embaixo do poncho
aquela aquarial, ancestral, sensação
de ser parte inconsciente de uma paisagem ofuscante
que a tudo redime e ao horror expia
Mas por mais que eu me esforce não consigo manter a redenção
além de onde, na planície, a massa do mar nos envolve
II
Do arrasto de cada casco
véus de areia deslizam
granulando duna abaixo
Tilinta a roseta da espora
tatala o fleco do poncho
ao passo a duna me embala
e a dormitar entrevejo
o ímã do céu vazando
a tona do meu olhar
Apeio sentindo a cascata
com o cordeiro no braço
e que me movo em cintilas
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